segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A correspondência interescolar traz para a escola os recursos e temas para as atividade de história,geografia,ciências,matematica e outras disciplinas. O trabalho manual,intelectual,artístico e social são despertados e colocados ao alcance do aluno espontaneamente pel técnica,pela oportunidade que têm de procurar, manusear,refletir,que são condições indispensáveis para obtenção de uma educação duradoura e original.
Com a introdução das técnicas em suas aulas,Freinet sai dos padrões da escola tradicional para a escola moderna.Iniciativa que passou por dificuldades e tentativas,alcançando as escolas,educadores e crianças,contribuindo como proposta de educação progressista e libertadora.A tipografia a serviço da escola, o trabalho com material impresso,a instrumentalização básica, reforçam a liberdade de expressão e de atividade da criança pelas vantagens descritas por Elise Freinet:
-Agilidade manual e coordenação harmoniosa dos gestos;

-Concluido o trabalho,educação da atenção.Cada letra tem seu valor,pois é preciso que o texto impresso seja o mais perfeito possivel;
-Exercício progressivo da memória visual;
-Aprendizagem natural,sem esforços da leitura e da escrita das palavras;
-Sentido permanente da construção de frases corretas;
-Aprendizagem da ortografia pela globalização e análise de palavras e frases ao mesmo tempo;
-Sentido de responsabilidade pessoal e coletiva;
-Novo clima de uma comunidade fraternal e dinâmica.(Elise:1979p31)
O importante na aplicação das técnicas Freinet são os recursos materiais utilizados,que podem ser renovados,adaptados e de acordo com o desenvolvimento tecnológico ficarem à disposição da educação.
OBS:nas próximas páginas o capítulo ll. Os metodos naturais

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009



Os textos colocados demonstram as possibilidades que tem o professor de trabalhar em sala através do texto.(texto, a cidade de Fortaleza e o cruzado) dinheiro brasileiro na época.Hoje ano de 2009,o dinheiro brasileiro se chama real.


Técnica:Jornal escolar


Esta técnica teve como referencial de criação o "Correio da Escola" impresso na Bélgica,na Escola Decroly,porém a criação de un "Jornal Freinet" foi considerado original, quanto ao conteúdo (o texto livre), quanto à técnica de impressão(a imprensa escolar-tipografia ou o limografo ).Na época os Jornais Escolares-método Freinet-marcaram um acontecimento característico da pedagogia francesa e internacional. Foi trabalhado na França em escolas de várias classes sociais e em salas de todos os níveis,alcançando as escolas de curso complementar, ensino fundamental,ensino médio e pedagogia da União Francesa,ainda em casas familiares e hospitais.

O Jornal Escolar,método Freinet, é uma coleta de textos livres,impressos diariamente e agrupados mês a mês, numa encardernação especial, sendo distribuídos para os assinantes extra escola e os correspondentes escolares.

Exemplos de como fazer o Jornal escolar desde Freinet-1925


-O jornal manuscrito:usado nas escolas que não possuem um sistema de poligrafia. O texto livre depois de aperfeiçoado é escrito pela criança numa folha de 13,5X21cm,com esferográfica sobre carbono para se obter de uma só vez duas ou três cópias. Uma para o livro da vida,para os correspondentes e jornal escolar.Por exemplo: Uma classe com dez alunos,escrevendo regularmente, tem,além das dez páginas pessoais,dez cópias de cada texto para o jornal escolar.Estas experiências deixam a classe movimentada pelo trabalho e as crianças realizam cópias fora do esquema tradicional e são envolvidas na euforia de uma obra coletiva.


Na ausência da prática do jornal manuscrito os textos são aproveitados em álbuns ilustrados para comunicação interescolar. Aperfeiçoando a técnica, a escola utiliza a linogravura gravando os desenhos das crianças e aproveitando na ilustração do jornal,capa do jornal,de álbuns e livro da vida.As escolas podem criar o jornal escolar Freinet utilizando recursos como: o mimeógrafo a álcool,eletrico,imprensa tipografica,copiadoras.


Atualmente o recurso melhor e mais explorado será o computador e todas as suas possibilidades.


-O Jornal Impresso:É o que caracteriza as técnicas Freinet.Permite uma apresentação melhor do texto e desperta nas crianças um grande fascinio,por poderem manipular letras de diversos tamanhos,numeros,outros sinais e sentirem de fato que estão trabalhando na produção e realização de alguma coisa construida por eles.(experiência original e válida na geração de alunos e educadores freinetianos, de 1920 até 1966) antes do computador.Para alcançar o sucesso almejado,o jornal escolar pela imprensa tem que ter uma forma de apresentação perfeita.A composição de cada página é cuidadosamente preparada pelo professor e as crianças nos aspectos abaixo:


-Ajustamento do texto em linhas;


-Escolha de caracteres,que tornem o texto bem legível; (isso no tempo de Freinet)


-Titulos em letras maiúsculas;


-Espaços bem delimitados,obedecendo medidas padrão no alto,abaixo,e lados da folha de papel;


-Ilustrado a cores ou em preto e branco.


O texto livre escrito só está pronto para tiragem quando o professor ou o aluno,autor do texto,dá a sua aprovação.O mesmo tem que respeitar o pensamento e o trabalho da criança,quer seja numa experiência individual ou coletiva.


As vantagens do jornal escolar:


A criança experimenta todo um processo de criação e correção,alcançando uma expressão perfeita e viva como meio de comunicação.Fica motivada pelo desejo de escrever,ler,conhecer fatos,coisas e pessoas que direta ou indiretamente vão contribuir na sua formação emocional,social e cultural.É despertada para o viver em sociedade, através das trocas de informações,objetos,documentos,com outras escolas e comunidades.Seu campo de conhecimento é alargado pela vida, o trabalho e o mundo.


A escola passa a ter uma obra,que servirá como testemunha daquilo que a criança pensou,viveu,quis e fez.Suas relações com outras crianças e adultos são melhoradas pela oportunidade que tem de trabalhar em grupo. A prática do jornal valoriza o comportamento social da escola e do educando.


Técnica:Correspondência interrescolar


Essa técnica surgiu pela necessidade que sentiu Freinet de oferecer às crianças uma audiência maior para os seus "jornais escolares".Expandir a comunicação com outras comunidades para ampliar os conhecimentos e as experiências infantis. Iniciou a troca interescolar apenas com uma comunidade vizinha, mas em pouco tempo o acontecimento se espalhou de tal forma que a correspondência interescolar passou a ser um movimento que dominou nas escolas,cujas práticas eram as técnicas Freinet.A correspondência interescolar se dá entre alunos de uma mesma escola ou escolas de comunidades vizinhas. São trocas de jornais,álbuns,livro da vida, documentos,objetos,discos,peças para o museu escolar,enfim, uma série de trocas são realizadas,oferecendo os mais diversos conhecimentos às crianças. Através da correspondência a criança deixa de escrever somente para ela e permanece motivada para a leitura e a escrita. A base das trocas da correspondência interescolar está na curiosidade e no jornal escolar.


As escolas participantes se organizam em equipes que se comunicam de acordo com os interesses da escola e dos alunos. Elas podem fazer parte de uma mesma classe social ou servirem de apoio complementar de informações quando se realiza a correspondência de uma escola urbana com uma rural ou uma pública com uma particular. A correspondência passa a ser obrigatória entre as escolas e as equipes organizadas. O trabalho de imprensa é todo preparado pelas equipes responsáveis.Cada vez que um texto ou desenho é impresso, é produzido um a mais,para cada escola correspondente. Os textos são agrupados mês a mês e guardados em pastas especiais que depois recebem uma bela capa para ser enviados aos locais respectivos.






domingo, 13 de dezembro de 2009

O resgate de celestin freinet a escola do povo. Técnica:correção do texto livre



O texto livre escrito é explorado, pedagogicamente, como atividade de elaboração e aperfeiçoamento. A criança escreve o texto num rascunho ou caderno específico,mostra ao professor para ser corrigido individualmente ou coletivamente. O texto é copiado no quadro e questionado diante das crianças.São analisados desde a expressão,escolha das palavras, complemento das preposições,observações sobre a construção e estrutura das frases,exatidão na narrativa de um acontecimento e a conclusão do autor,para se obter uma mensagem clara do texto. O professor ajuda,mas não pode deixar que o texto perca o valor das ideias da criança, esta precisa sentir que o que está escrito é o seu pensamento. Depois a criança copia o texto já Foi corrigido e trabalha na ilustração como no exemplo anexado.Texto de Rafaella (alfa).Feita a correção,análise, pesquisa coletiva e ilustração, o texto é arquivado no "livro da vida", tendo abaixo o nome do autor e a menção especial "Enriquecido coletivamente na aula". O livro da vida é organizado pela criança,que numera suas páginas e vai formando o seu livro de leitura que contém textos de sua autoria e dos companheiros. Este material passa a ser um recurso de consulta na aula, quando a criança quiser ler ou rever assuntos estudados em sala.

A correção é importante, os educadores sentem e aprendem a conhecer as crianças com nova mentalidade, cabendo ao professor a responsabilidade de junto à criança aperfeiçoar o hábito de se exprimir,defender pontos de vista e construir sua língua. Freinet sempre se posicionava assim: É evidente que defendemos que o respeito pelo pensamento da criança é,neste caso, uma coisa essencial, mas também sabemos que não pode existir educação,sem uma influência,direta ou indireta, dos educadores sobre as crianças. A criança só aprende a falar a língua materna porque tem à sua volta pessoas que falam e vivem essa língua. E aprende-a tanto mais perfeitamente quanto mais perfeitos são os modelos.O mesmo passa com a expressão escrita.(frinet:1976p49).


  1. O processo de correção do texto livre escrito é realizado de acordo com a idade das crianças,criatividade do professor e modernização da escola. São evitados sublinhar erros,riscar frases e colocar anotações negativas à margem. Com crianças maiores a correção se transfoma numa experiência viva de português,útil na construção de frases,leitura,enriquecimento do vocabulário,caça as palavras,agrupamentos de palavras pelo som,pelo sentido,outras observações e exercícios práticos de gramática. O texto ainda oferece estudo integrado de outras àreas,quando o tema oferece oportunidade para pesquisar sobre a comunidade, investigação de História,Geografia e Ciências,podendo ser útil na busca de solução para situações de matemática e motivação para trabalhos artíticos e desenho livre.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O texto escrito já é possivel com as crianças de cinco,seis,sete anos nas classes de alfabetização e Ensino Fundamental.l (fig.5e6).Consoante as figuras da ilustração:o texto "O peixe" e a "Árvore de Natal".
Freinet não se limitava nas teorias que defendiam uma idade padrão para o aprendizado da leitura, progressivamente em contato com a experiência do dia a dia e bom senso, esperava o acontecimento dessa aprendizagem sem pressa e cobranças,pacientemente aguardava o desabrochar.Nesta fase o texto livre vinha trazendo a tentativa das letras,sílabas e muitas vezes a própria criança tomava para ela a iniciativa de ler o texto para os companheiros,decifrando os sinais escritos. Nesse momento o professor assume um papel de caráter encorajador, deixando a criança confiante de saber escrever e ler, surgindo a partir daí o interesse da criança pela leitura natural.

Os textos orais e escritos, após a redação,são submetidos a uma escolha em sala pelas crianças e professor.Votação simbolica,com o levantamento da mão. A escolha acontece pelos títulos,mensagem ou desenho. O desenho tem lugar fundamental,por ser um desinibidor psíquico e uma forma de expressão natural, libertação gráfica segundo as normas pessoais de cada criança. O desenho não funciona apenas como uma atividade de artes plásticas comum, colocadas em murais ou fios nailon como exposição gratuita do esforço infantil.
Ele participa da votação de escolha da mesma forma que um texto bem escrito. A escolha se realiza informalmente, objetivando não discriminar nem desvalorizar a experiência infantil, mas encorajar os hesitantes e timidos a querer melhorar suas atividades de criação para maior rendimento pessoal. Freinet era a favor da liberdade, mas não da liberdade de deixar fazer as coisas de qualquer jeito, isto é, num nível de bagunça ou gestos preguiçosos. Para ele a criança tem potencial e todos os indivíduos necessitam de modelos honestos,válidos, não para um único momento, mas para a vida afora. Além deste objetivo, a criança teria com o seu trabalho as honras da imprensa.
O texto escolhido em grupo merecia o trabalho impressor e depois um rumo definido. Um exemplar para o aluno, outro para o álbum ficheiro, outro para os correspondentes. Os textos não escolhidos fazem parte da "página escolar" integrada na vida geral da aula . Os temas oferecidos pelos textos geram os assuntos motivadores da aula, os conteúdos de estudo.
O texto livre, oral ou escrito, na pedagogia Freinet, é ponto de partida e o elemento central pedagógico. A criança exterioriza seus sentimentoss, fala de sua vida, retrata o seu mundo e interesse que são a expressão profunda das suas convivências pessoais, por se exprimir inserida num contexto tendo a oportunidade de dinamizar a sua cultura e se fortalecer como homem para o futuro. A prática do texto deve ser diária, a tiragem na imprensa, a escola realiza de acordo com o desenvolvimento e o alcance da técnica.
A técnica do texto livre também se aplica aos poemas escritos pelas crianças. Estes podem ser gravados, escutados na sala e trabalhados conforme a criatividade das crianças e do professor.
Freinet chamava atenção para o seguinte: O texto livre na escola só tem objetivo quando "permite através da imprensa do jornal escolar e das trocas de correspondências, uma aprendizagem natural da leitura e da escrita, fórmula ideal para a pedagogia de hoje e de amanhã.'(Freinet:1975P32)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Resgate de Celestin Freinet- tecnica de texto livre oral e escrito


texto livre oral e escrito
Escrevendo ou desenhando espontaneamente a criança cria o seu texto de leitura.O texto seria motivado, teria uma função prática, comunicar aos companheiros,aos adultos, a comunidade próxima ou distante,as experiências individuais ou coletivas dos educandos. O texto livre passa por estágios diferentes de acordo com a sala e faixa etária das crianças.Na Educação Infantil o texto livre é introduzido com o desenho. A criança desenha,explica para a professora, esta escreve abaixo do desenho as palavras ditas pela criança sem interferir na mensagem dada, respeitando os aspectos e o sentido do pensamento infantil.(fig.1e2).
(colocadas antes do texto).
Não importa se, ao redigir o texto,este tenha duas ou três linhas ou mesmo uma ou duas palavras.Este é o texto livre oral.
textos sem a ilustração
"A menina saiu da casa e foi passear no carro.Encontrou a rosa e deu a mamãe."(Alba
Fernandes-6 anos/86)
"Era uma vez uma casa.O menino saiu para procurar uma flor. Não encontrou a flor,encontrou uma casa."(Clécio Silva-6 anos/86)
Através desta técnica natural de trabalho, as crianças sentem desde cedo a necessidade de escrever e ler.Rabiscam abaixo do desenho movimentos imitativos da escrita ou mesmo repetem riscos e silicitam ajuda na interpretação, que a professora faz de modo natural com cuidado de não inibir este momento de iniciativa de leitura natural.

domingo, 29 de novembro de 2009

o resgate de celestin freinet-a escola do povo.Indice da edição do livro de 1987

Prefácio.........................................................................15
Introdução....................................................................17
Capítulo l As Técnicas de Celestin Freinet...............19
Capítulo ll Os Métodos Naturais...............................35
Capítulo lll A Gênese dos desenhos.........................85
Capítulo lV A Escola e suas atividades.....................179
Conclusão......................................................................193
Bibliografia....................................................................211
Capítulo l As Técnicas de Célestin freinet
Preocupado com a infra-estrutura do sistema educativo que direcionava o ensino para a comunicação verbal e o escrito acadêmico, na posição de impor uma cultura à criança estranha e indiferente às suas reais necessidades infantis, Freinet buscava nova técnica de trabalho ao alcance de suas possibilidades físicas e de interesse ativo e vivo das crianças.Inicia com mudanças radicais,retirando o estrado da sala de aula, transformando metade do tempo diário em "aulas passeios",conhecendo a comunidade e abolindo o livro de leitura tradicional.Formando corpo com a comunidade, .permanecendo no meio social,suas reflexões e atitudes se voltam para uma prática educativa socialista,a expressão livre do pensamento,do trabalho motivado e tateamento experimental.
Aulas Passeios
Freinet saía com as crianças a passear pela aldeia,juntos observavam as situações materiais,pessoais,que chamavam a atenção das crianças e apanhavam objetos durante as caminhadas.De volta à sala faziam um balanço do passeio no quadro,ressaltando as vivências e os motivos despertados. Em conversas informais questionavam, e daí mil elementos vivos eram discutidos por ele e as crianças. Freinet notava que depois desta atividade concluída, o clima da sala perdia todo o empolgamento necessário para dar continuação à aula, no momento que morria essa euforia de ter passeado,manipulado objetos e fatos lá de fora.Aproveitar as "aulas passeios", transformando-as em página escolar, seria a meta seguinte. Como fazer isso de uma maneira revolucionária e permanente válida para exploração dos conteúdos e atividades escolares ? A tipografia na escola seria a solução. A Imprensa restituiria a palavra à criança,as "aulas passeios" seriam transformadas em texto livre e estes substituiriam o livro de leitura. Com a imprensa, o interesse do passeio permanecia e era aprofundado, as crianças escreviam livremente aquilo que queria de acordo com o tema escolhido por ela. A expressão natural era o texto perfeito de estudo. Dessa forma o TEXTO LIVRE assumia a base de uma pedagogia viva.
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Na sequência da comunicação,divulgação original de 1987,terá continuidade na próxima página do diário de M Mavanier.OK!...........................................

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Introdução do livro:O Resgate de Celestin Freinet-A Escola do Povo

Texto escrito pela autora M Mavanier Saraiva Cavalcanti
Célestin Freinet nasceu na França em 1896,onde viveu toda a sua vida até o ano de 1966.Era professor primário e participou como oficial do Exército francês da primeira Guerra undial,no período de 1914 a 1918,foi vitimado durante a guerra por um gás tóxico que lhe afetou as cordas vocais abalando seramente sua saúde,recebendo recomendações médicas para evitar esforços físicos e vocais.Reagindo contra o viver na imobilidade,na solidão profissional,optou com enorme força de vontade pelo trabalho.Reassumiu seu cargo de professor numa escola do interior da França e começou modificando esquemas de ma escola tradicional, criando novas técnicas de trabalhar a educação, técnicas que se adaptassem a sua saúde e permanecessem como proposta renovada e progressista para a escola, que na época, tanto na França como no mundo, atravessava todo um processo de mudança. Engajado na luta por uma educação viva e consciente, Freinet partiu radicalmente da base, impulsionando pela primeira vez na história da pedagogia um movimento de renovação.

No dizer de sua esposa e companheira Elise a renovação foi conquistada "através do contato com criança,das relações de franca e simples camaradagem que mantinha com elas, tinha compreendido definitivamente que precisava colher na própria vida das crianças os novos elementos para o seu trabalho pedagógico e apoiar-se nos seus interesses mais profundos para satisfazer aquela sua necessidade de atividades."(1) Conhecer a comunidade, seus costumes,os meios de sobrevivência,as condições ambientais em que viviam as crianças e suas famílias,eram pontos significativos para o começo de um novo trabalho escolar.Assim, Freinet introduzia na sala de aula os valores e recursos da comunidade, ficando a escola aberta para a vida e a cultura popular.

No contato direto com o meio social, as crianças aprenderiam e tomariam conhecimento de uma cultura válida como experiência de vida real. Na proporção que a comunidade interagisse nas informações e práticas educativas, o sentimento de pertencer a esta comunidade seria desabrochado,fazendo com que o educando tivesse a compreensão de pertencer a um mesmo mundo e democraticamente,a ação educativa teria uma dimensão política e social capaz de expandir uma cultura útil e popular,fatores decisivos na ascensão social do educando e do meio onde vive.

Como cidadão francês, Freinet tinha posição política definida e como professor primário medio se identificava com as preocupações do povo,que para ele era a expressão das massas, dí consagrar seus cuidados de educador à criança para através dela exaltar todo o seu potencial global, sem fazer diferenças de inteligência, caráter e meio ambiente.
Freinet retira 0 estrado da sala de aula,deixando o professor falar aos alunos num mesmo plano físico.Adota em 1925 as cooperativas escolares,que tinha como finalidade a organização de coletas,excursões,representações teatrais e coordenação de trabalhos práticos e pedagógicos em função da integração da vida e do interesse da criança nas atividades escolares.Introduz na aula atividades de livre escolha, onde o aluno escolhe o que fazer, inventar, mediante a técnica do texto. Inicia as "aulas passeios" pela comunidade,dando às crianças a oportunidade de observação, tateamento experimental, criação de múltiplas atividades de expressão oral e escrita,tudo através do meio social que na Pedagogia Freinet é fundamental; é a união da escola pública e do seu destino.Abolia o manual escolar e colocava a serviço da educação a intenção materialista de novos recursos, técnicas, atitudes, transformando as relações dentro da escola por meio da expressão livre, da imprensa,do jornal escolar, da correspondência e da livre investigação. Tomando estas posições,buscaria por todos os meios "técnicas pedagógicas válidas para todos" , dentro de uma linha educativa de interesses vivos levando sua ação pedagógica rumo à vida.
Neste contexto, Freinet coloca na sala uma tipografia e papéis dando nascimento a técnicas pedagógicas com base na imprensa escolar, marcando na época o início de um dos maiores movimentos de educação popular, sendo o primeiro educador preocupado com a infra-estrutura do sistema educativo,sem colocar como primeira causa a infra-estrutura da sociedade.
Mavanier(1987) Fortaleza-Ceará
OBS: A edição deste livro foi esgotada ,cumprindo antes uma trajetória belíssima de ações educativas por esta professora e outros, que identificados se tornaram educadores freinetianos na cidade de Fortaleza.Durante duas décadas do século XX.Mas mantemos uma extensa documentação de experiências,para além das técnicas criadas por Freinet,mas adaptadas a real necessidades do final do século.Gradativamente este diário registrará a nossa trajetória.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Prefácio do livro:O Resgate de Celestin Freinet

Texto da jornalista-Maria Orildes Sales,ano 1987-Fortaleza-Ceará
A história tem,na sua intimidade, o mágico poder de aclarar fatos,idéias,costumes, trazendo o passado aos nossos dias na lembrança daqueles que se fizeram história.A professora Maria Mavanier Saraiva acalcanti revela neste precioso trabalho profunda admiração pelo mestre Célestin Freinet,nascido na França,em 1896. Em suave estilo,harmonioso e observador dos fatos ligados à vida educativa do mestre, a autora reafirma em seu trabalho os méritos que, para muitos,eram desconhecidos. Revela-se analista de pulso, desce ao fundo da alma humana e traz à superfície a grandeza de um herói que morreu lutando pela sublimação do ensino.Professor Célestin Freinet encontrou no universo infantil a catedral colorida das propostas renovadoras da longa caminhada pela trilha criadora da pedagogia infantil. Engajou-se com a comunidade na ânsia de descobrir-lhe os costumes, debruçou-se no mundo encantado das crianças,descobrindo neste imenso universo o patamar erguido na grandiosa obra a se aglutinar no seu mundo interior. Percorreu os caminhos na expansão da cultura polimorfa, no esforço criativo da ciranda múltipla das atividades, levando sua ação pedagógica a uma dimensão marcante de recursos técnicos na associação dos sistemas educativo e social.

Distinguiu-se como oficial do Exército francês no período de 1914 a 1918,durante a Primeira Guerra Mundial, vitimado por um gás de elevada toxicidade, afetando-lhe impiedosamente as cordas vocais, afastou-se da sala de aulas, evitando qualquer desejo em contrariar recomendação do médico orientador. Mas o mestre não resistiu à solidão e, tomado de impulso, partiu em nova carruagem do despertar renovador. Célestin Freinet retoma as atividades do ensino, descobrindo, através das crianças, o mundo distante na esquematização do trabalho motivado. Maria Mavanier Saraiva Cavalcanti fez ressurgir o grande mestre neste trabalho de folego, empolgada,passo a passo, na sua inteligência,na escalada das descobertas. Ao se identificar com o mestre, a autora deu vida às palavras, colocando em cada degrau a expressão maior do seu pensamento. O lastro de experiência vivenciada na grande escola da vida, que é o mundo infantil, fê-la mergulhar nessa cruzada do ensino,manejando o instrumento didático,quando, hoje, procuram insensatamente afastá-lo das crianças. Em seu trabalho, a autora lembra a força do pensamento do mestre franês quando disse: "Não tentaremos dotar os passarinhos de asas fictícias para os pôr demasiado cedo fora do ninho.Deixaremos pacientemente que as penas cresçam e se desenvolvam certos como estamos que o vôo há de chegar sem falta, no momento desejado, natural e forte".

Li "o Resgate de Célestin Freinet" com a alma deslumbrada e o coração em festa,observando a grandeza do contexto,quando a voz do coração é ouvida, no carinhoso desvelo em preparar as crianças para os segmentos da ascensão cultural; quando o mundo não cessa de rejuvenescer porque se renova cada vez mais rapidamente. Sua atuação na área do magistério manifestou-se em fecunda luz, iluminando os pequeninos para levá-los aos caminhos de novos horizontes. Desejosa de aperfeiçoar as novas técnicas pedagógicas para uma escola aberta a vida, em cooperação com a comunidade , a brilhante professora tem o segredo de saber ensinar o que sabe, e transmitir à inteligência dos seus alunos a técnica do seu método de ensino lindamente apresentado neste trabalho, o qual está cuidadosamente ilustrado. Mavanier abre novos caminhos, dando nobreza a uma das mais belas e necessárias profissões, a arte do ensino. Formada em pedagogia,Maria Mavanier apresentou a monografia de sua obra à Universidade de Fortaleza,como requisito parcial à obtenção do Certificado de Curso de Especialização em ducação Pré-Escolar. Seu trabalho reflete a sensibilidade e preocupação em doutorar as crianças para enfrentar os diferentes níveis de escolaridade, diante dos fatos, dos atos e existências da própria vida. De forma leve e agradável, culmina sempre com a mesma dedicação questionada por Célestin Freinet em ter criado um método de ensino em sua sala-de-aulas,merecidamente reconhecido como perfeito mestre, e também um grande lírico, quando diz: "quando a criança pinta uma bela imagem do mundo,põe-lhe algo mais do que simples cores e linhas,quando improvisa uma dança, o coração está por detrás dos pés que deslizam rapidamente sobre o soalho; quando modula uma melodia ou inventa o seu sonho,acha-se para além das palavras, em uníssono com o canto universal." Está de parabéns a professora de escol Maria Mavanier Saraiva Cavalcanti por este trabalho de real valor,fazendo ressurgir a lembrança de um grande mestre francês que muito lutou pelo ensino em sua época. Além do perfil biográfico do retratado,deu-nos uma visão de conjunto da obra por ele deixada. Que seu esforço seja o apanágio para as gerações futuras deste Brasil carente de ensino,para que o homem possa viver mais intensamente, onde as lutas,a sabedoria e a espiritualidade se misturem para encantar e empolgar a mente e o coração.Parabéns professora Mavanier(1988).
Na continuidade deste diário,será mostrada a capa do livro e o texto introdução.Aguardem.

sábado, 7 de novembro de 2009

O Resgate de Celestin Freinet-A Escola do Povo

Vencendo o Prêmio Estado do Ceará em 1987,Mavanier Saraiva, adquiriu os seguintes direitos: a premiação simbolica financeira,um certificado,a publicação em livro,uma edição de mil unidades,300 para a secretaria de cultura e 700 para a premiada.No meio acadêmico, o prêmio foi uma grande vitória,mas entre os escritores da cidade de Fortaleza,veteranos em aparecerem e serem recebedores naturais dos destaques culturais,deu muito o que falar.... para eles era im-possível,uma professora,uma pesquisa,e ainda sobre um educador não divulgado nas práticas educacionais,receber este prêmio. O fato ocorrido na época me fez lembrar partes do discurso de Katherine Patterson ,quando em 1977,nos Estados Unidos,recebeu o Prêmio Nacional do Livro.Ela disse :"Cruzei o rio e lutei com Gigantes",mas , quero dizer àqueles que hesitam:não temam cruzar estes caminhos, a terra prometida vale o esforço e não estamos sozinhofs."Estas palavras foram para mim,uma forte realidade,não desisti do sonho e da possibilidade de mostrar aos educadores do Ceará e do Brasil o educador francês Célestin Freinet.Consegui publicar o livro,mas não recebi nenhum apoio moral nem orientação sobre como se publica e divulga-se um livro ,Mas fui em frente e por não está sozinha,na terra prometida,duas pessoas foram fundamentais na segunda etapa da premiação.
Meu esposo que patrocinou a produção da capa do livro (Francisco José) e a jornalista Maria Orildes Sales Freitas,Que me acompanhou durante toda a produção do livro.A mesma escreveu o Prefácio e me apresentou ao grande escritor Arthur Eduardo Benevides,celebridade intelectual no meio cearense e brasileiro,que leu toda a pesquisa e escreveu o texto da orelha do livro. Ambos os textos ,no seguimento deste relato.
Texto da orelha do livro ,escrito por Arthur Eduardo Benevides
A professora Maria Mavanier Saraiva Cavalcanti obteve,em 1987, o prêmio "Estado do Ceará", na área de estudos científicos,com excelente monografia intitulada " O Resgate de Célestin Freinet",em que procurou estudar a personalidade do inconfundível educador francês,injustamente esquecido pelo mundo atual.Formada em Sociologia e em Pedagogia, Maria Mavanier escreveu,sem qualquer dúvida,um trabalho da melhor qualidade, sobretudo para os que não conheciam os métogdos e a filosofia de ação empregados na escola do começo do nosso século por aquele professor e ex-combatente da primeira Grande Guerra. Freinet procurou harmonizar escola e comunidade,para a obtenção de uma cultura mais útil e criativa,explorando o potencial da criança como um ser em movimento e em perspectiva de um futuro.Aboliu os velhos manuais escolares,criou jornais de classe,adotou cooperativas de ensino,estimulou as excursões e as pesquisas de campo,combateu os castigos tradicionais e injustos e tudo fez no sentido de criar uma consciência nova, através da qual a criança aprendesse a expressa-se em grupo, a fazer escolhas, a desenhar, a analisar situações e a respeitar as decisões de seus companheiros,participando com êxito de atividades comuns. Evidentemente,a educação moderna muito lhe deve, pois a Pedagogia Freinet,ao lado de iniciativas assemelhadas, em outro s países, foi uma das responsáveis pela instauração da Escola Nova e dos avanços observados, ao longo do tempo, no processo de aprendizagem.E o ensaio de Maria Mavanier demonstra tudo isso muito bem, com larguesa de conhecimentos e profundeza de conceitos e idéias sobre o ensino.E era muito importante tentar resgatar essa metodologia, o que foi feito pela autora com textos lúcidos e ilustrações significativas,principalmente em se tratando de seu primeiro trabalho
no gênero.
OBS;este texto foi um grande presente que recebi em 1987,do escritor Arthur Benevides, após,passados mais de vinte anos,(2009), continua ,a sua palavra atualíssima,principalmente na
relação educação e freinet.
No seguimento do Diário,em próxima data,a escrita do texto que foi o prefácio do livro.E por falar em livro,este foi o primeiro escrito no Brasil,por brasileiro,sobre Freinet,até então,antes de 1987,somente traduções por escritores ou professores portugueses.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Perspectiva da monografia para um concurso

Durante o ano de 1987,o governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Cultura,Turismo e Desporto,patrocinou o concurso:Prêmio Estado do Ceará,nos gêneros,ensaios,contos e poesia.Estimulada pelos amigos,professores da escola-Jardim Escola os Lobinhos-coloquei o trabalho de pesquisa para concorrer. A oportunidade era única,ser avaliado fora do meio universitário e assim obter por mérito pessoal acadêmico,o prêmio de literatura. O concurso valoriza o esforço estudantil,normalmente feito,porque as pesquisas monográficas, naturalmente aprovam os alunos,e caem no esquecimento. Mas ,consoante colocações de Freinet (1925p16):"O trabalho também precisa,muitas vezes,de uma poderosa tensão para superar o obstáculo a ser vencido e atingir o objetivo. Reponha este trabalho no circuito da vida.Dê-lhe uma finalidade e um sentido. Que ele alimente e impulsione o comportamento natural, que se situe no núcleo do seu destino individual e social." A pesquisa monográfica tinha como título:O RESGATE DE CELESTIN FREINET-A ESCOLA DO POVO- E assim foi colocada no circuito da vida intelectual cearense,por meio da participação do concurso,no gênero ensaios.
No mês de dezembro de 1987,saiu o resultado do concurso e a relação dos premiados,nos Jornais da cidade em primeiro lugar.De acordo com o texto jornalistico,foi noticiado: Os premiados foram: Linhares Filho(poesia),Cristina Cabral(crônica),-a maioria das crônicas que resultou na sua premiação já foi publicada pelo Diário do Nordeste-,Mozart Soriano (ensaios e estudos literários),Angela Gutierrez(novela) e Maria Mavanier S T Cavalcanti (estudos científicos).Além disso,foram distribuídas menções honrosas a 15 outros escritores, entre os quais padre Antonio Vieira,que não compareceu à entrega. A entrega do premio em dinheiro e certificado me foi entregue no dia 11 de janeiro de 1988. Mavanier Saraiva conquistava a primeira colocação no gênero Ensaios e Estudos Científicos.O Prêmio Estado do Ceará de 1987.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jardim Escola os Lobinhos e a pesquisa monográfica

A escolinha foi funcionando com poucas crianças,na época ,1984,somente com a pré-escola,denominação dada antes da nova LDB 9493/96 no Brasil,atualmente Educação Infantil.Nosso atendimento circulava nas salas de :maternalzinho,maternal,jardim I e II,alfabetização.Faixa etária de um ano e seis meses aos seis ,sete anos .Dois turnos de atividades experimental ,pedagogia freinet. Éscolher por onde começar era o nosso grande desafio.Nos reunimos e decidimos após algumas leituras.Selecionamos as experiências com o grafismo,desenho livre,texto livre oral e escrito,na sala de alfa. E caixa de trabalho,Ficha de trabalho,entre outras técnicas educativas. Os instrumentos de trabalho escolar foram:papel oficio branco, colorido,fino,grosso.Lápis de cera,lápis de cor comum,canetinhas pontas finas e grossas e lápis preto comum e tipo carpinteiro para as crianças menores. Tudo pensado nos mínimos detalhes,mediada nas necessidades e interesses infantis.O recurso material fundamental para adequar a "imprensa na escola" foi o mimiografo a alcool e stencil branco e preto e colorido.Estes recursos básicos para as primeiras experiências.Evidente que igualmente a qualquer escola infantil,outras atividades eram realizadas,intercaladas em ativas,calmas,de movimento,de informações,música,dança,histórias.etc.
A escola progredia,nossa experiência freinet,e a pesquisa monográfica.Na época o pós-graduação tinha a durabilidade de dois anos e meio,bem diferente da atualidade,quando conseguimos conquistar em apenas um ano letivo.A pesquisa bibliográfica foi escrita e ilustrada com os trabalhos escolares das crianças,para avaliação do professor orientador da universidade,atendendo os procedimentos acadêmicos,consoante um trabalho científico.Na universidade,foi aprovado,uma grande vitória,visto a forte resistência pela realização da pesquisa,devido a escolha do pedagogo. Freinet,um desconhecido.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Conectada no texto de Freinet

Lendo e relendo o texto "se o conhecimento" de Freinet, curiosidade e identificação imediatas com o autor pedagogo aconteceram.Refletindo sobre a temática escrita, surgiu a vontade de sa ber mais sobre o professor francês, até então, não conhecido durante todo o período da minha formação pedagógica (curso normal,graduação e pós graduação ), ausência total da sua literatura e história de vida. Mas cursando a pós-graduação em educação na Universidade de Fortaleza(UNIFOR), resolvi resgatar a Pedagogia FREINET para a pesquisa monográfica. A primeira dificuldade foi a aceitação do professor orientador em aceitar, não conhecia nada a respeito, então tentou várias vezes direcionar-me para Piaget, ultra conhecido no meio academico e educacional. A segunda dificuldade foi localizar os livros sobre freinet nas livrarias de Fortaleza e posteriormente nas livrarias do Brasil, isso na década de 1980.Não abandonei a idéia, pelo contrário, iniciei uma procura pela literatura freinetiana,cada vez mais fascinada pela possibilidade de conhecer Célestin Freinet. Por intermedio de uma irmã residente em São Paulo foi iniciada a busca dos livros, o recurso literário para a realização da pesquisa.
Conseguimos por vale postal adquirir das editoras portuguesas Estampa, Presença e Dinalivro os livros básicos, logo depois outros e assim a leitura ativa, foi desbravando mais um pedagogo para os projetos escolares.Durante o processo de leitura foi acontecendo um encontro com a pedagogia Freinet e paralelamente o objetivo de verificar na pratica,toda metodologia, que encantava pela simplicidade da linguagem, poetica , humana e sensibilizadora. Tudo era revolucionário, diferente.Empolgada, fui desbravando alguns amigos professores, trocando idéias e para verificar na ação docente as experiências, somente criando uma escolinha e começar. O primeiro passo foi ler,ler,ler......compreender e projetar no papel nosso aprendizado. Os princípios psicopedagógicos,as técnicas educativas,o método natural de desenho,leitura,escrita e demais informações da Escola Moderna francesa, anos , 1920 até 1966, discutidos e projetados para o nascimento da Escola Freinet em Fortaleza. Montamos a escola com muito idealismo e busca experimental, de acordo com nossas possibilidades sociais, econômicas e culturais. A escola seria o palco ou seja o espaço "testemunho" de documentação, servir nossos anseios de professores e a tese monográfica.A escolinha foi denominada -Jardim Escola os Lobinhos.

sábado, 24 de outubro de 2009

Redescobrindo Freinet através de um texto

Se o Conhecimento
autoria de Célestin Freinet
Se psicológica ou pedagogicamente não conseguimos bons resultados é porque fazemos manobras erradas,como quem aprende a guiar e vira para a direita em vez de virar à esquerda,sobe a calçada proibida ou, à noite,lança o farol alto sobre o automóvel da frente quando queria acender o farol baixo. São essas manobras erradas que procuramos descobrir,mesmo se não encontramos logo as soluções salutares.Enxergar bem,aplanar caminhos,evitar as ravinas e os becos sem saída,já é uma pequena ou uma grande vitória quando nos aventuramos nas regiões tão mal exploradas da orientação de crianças e de homens.Manobra errada sobre o conhecimento.
Ensinaram-nos que é como juntar um grão de areia após o outro,virar uma página depois da outra, colocar uma pedra em cima da outra. E se o conhecimento não fosse,talvez,mais que uma vibração imponderável,como a eletricidade,transmitida instantaneamente e nem por isso menos suscetivel de modificar a consistência e as reações da matéria que atravessa ? Você diz: Temos de explicar racionalmente,juntando um com um para dar dois,um degrau após o outro,subindo para chegar mais em cima. Infelizmente,por esse processo nunca se vai depressa nem para cima,mesmo que ele seja considerado "científico".
A infância não é um saco que temos de encher,mas uma pilha generosamente carregada,cujos fios, cuidadosamente montados,não correm o risco de deixar perder a corrente,uma rede delicada e potente, amplamente distribuída e que penetra nos recantos mais secretos do organismo para dar-lhe vitalidade e harmonia. Então se conjugarem estas condições ideais,basta uma ligeira pressão para estabelecer o contato.Antes de você começar a explicar, a criança já compreendeu; se não compreendeu,pelo menos é supérfluo repor pedra por pedra,subir degrau por degrau.Sem dúvida, é melhor voltar a carregar a pilha,verificar, reforçar e ampliar as conexões. A luz,então, brilhará soberana.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Janelas da Escola e dos Sonhos de Mavan

A escola tem de se modernizar. A escola tem de reencontrar a vida, mobilizá-la e servi-la, dar-lhe um objetivo. E para isso, deve abandonar as velhas práticas, mesmo que elas tenham tido a sua majestade e adaptar-se ao mundo presente e do futuro. É necessário que os pais e os educadores tomem consciência do fato evidente de que a vida mudou as necessidades das crianças e do meio já não são as mesmas e que, em virtude disto, as respostas de ontem já não são forçosamente válidas e é necessário, a todo custo, reconsiderar os problemas. Nós somos educadores que tentamos, dentro de nossas próprias aulas, fazer passar para a prática, as idéias e os sonhos dos teóricos que devemos assegurar a permanência das nossas funções, aplicando-nos a torná-las mais eficientes. Temos de fazer nascer o futuro no seio do presente e do passado, o que implica não num espetacular apelo à vaidade, mas prudência, método e uma grande humanidade.

(século XX, 1920-1966)

Celestin Freinet


"Onde educar não é uma formula de escola,

mas uma obra de vida."
1920-1966